sexta-feira, 27 de abril de 2007

"Palco dos Anônimos" - Roy Andrade

Amiúde os degraus apóiam pés apressados
que avançam catracas eletrônicas
o quase-silêncio habita este mundo concreto

Belas e singelas donzelas
ocupam espaços onde
encontros, desencontros
ilusões, desilusões
amores, desamores
permeiam os corredores

O desejo é transparente no sorriso
muitas vezes sem aviso
nas primeiras e também derradeiras horas do dia

aqui antes da faixa amarela
a plataforma é a passarela
modismos, odores, todas as cores
precisas simetrias, anatomias

Estudantes, cabeças pensantes
corações brilhantes, simples figurantes
também partilham estes cenários pulsantes

Efêmeros passageiros
miram seus momentâneos destinos
norte-oeste, leste-sul
linha verde, linha vermelha, linha azul
belém, luz, santa cruz

Tudo traduz e reluz
a marca inigualável
a marcha incansável
desta cidade interminável
que sem seus trens e trilhos incessantes
torna-se inviável, inimaginável

sexta-feira, 20 de abril de 2007

"Casadinho" - Rivair dos Reis

O meu amor
É seu seja quando e como for
Como o prédio pro elevador
Como a cor para o arco-iris
Como a xícara para o seu pires
Como o programa pro computador
Como o filme para o projetor
Como a antena para o transmissor
Como as flores para o beija flor

O meu amor
É exclusividade pra você
Como a tarde pro anoitecer
Como a amada para o bem-querer
Como a bola para o goleador
Como as palavras para o escritor
Como o cupido para o amor
A humanidade para o redentor
Nossa Senhora pra Nosso Senhor

quinta-feira, 12 de abril de 2007

"Falsas Palavras" - ZeRo S/A

Se de alguma forma
Pudesse eu detectar
A verdade ou a mentira em suas palavras
Talvez me matasse
Para nunca mais sentir o gosto da dúvida

sexta-feira, 6 de abril de 2007