sexta-feira, 27 de abril de 2007

"Palco dos Anônimos" - Roy Andrade

Amiúde os degraus apóiam pés apressados
que avançam catracas eletrônicas
o quase-silêncio habita este mundo concreto

Belas e singelas donzelas
ocupam espaços onde
encontros, desencontros
ilusões, desilusões
amores, desamores
permeiam os corredores

O desejo é transparente no sorriso
muitas vezes sem aviso
nas primeiras e também derradeiras horas do dia

aqui antes da faixa amarela
a plataforma é a passarela
modismos, odores, todas as cores
precisas simetrias, anatomias

Estudantes, cabeças pensantes
corações brilhantes, simples figurantes
também partilham estes cenários pulsantes

Efêmeros passageiros
miram seus momentâneos destinos
norte-oeste, leste-sul
linha verde, linha vermelha, linha azul
belém, luz, santa cruz

Tudo traduz e reluz
a marca inigualável
a marcha incansável
desta cidade interminável
que sem seus trens e trilhos incessantes
torna-se inviável, inimaginável

4 comentários:

Anônimo disse...

"Escrevi esta poesia para participar de um concurso promovido e
organizado pelo Metrô de SP. Para o concurso, as poesias precisavam
falar do Metrô ou fazer referências a ele ou ainda, ser ambientada
nele. Infelizmente não obtive nenhuma classificação. Ao menos até
agora..."

Anônimo disse...

Bonito poema... bem escrito... gostei muito.

Anônimo disse...

"Aqui antes da faixa amarela
a plataforma é a passarela
modismos, odores, todas as cores
precisas simetrias, anatomias" Essa parte, pra mim, vale todo o poema. Simplesmente amei!!!!! Beijos

Juliana Augusto disse...

Lindo...

Que gostoso ver que vc tem a inspiração para a poesia. Gostei muito de todos. Adorei o Palco dos Anônimos! Morei dois anos em São Paulo e o poema é perfeito.

Estarei por aqui sempre.